A Palavra Soberana
Ouvi isto, ó sacerdotes; escutai, ó casa de Israel; e dai ouvidos, ó casa do rei, porque este juízo é contra vós outros, visto que fostes um laço em Mispa e rede estendida sobre o Tabor.
Os 5.1
Aqui o profeta prega contra todo o povo, mas dirige o seu discurso principalmente para os sacerdotes e os governantes, já que eles eram a fonte dos males prevalecentes: os sacerdotes visavam ao lucro; os líderes se corromperam totalmente. . . . Nem mesmo os reis estão dispensados da obrigação de aprender o que é ordinariamente ensinado, se quiserem ser considerados membros da Igreja, pois o Senhor requer, sem exceção, que todos sejam governados pela sua Palavra. E como os reis acham que não fazem parte do comum dos homens, aqui o profeta deixa claro que foi enviado a eles e aos seus conselheiros. O mesmo se aplica aos sacerdotes, pois em sendo a dignidade do mister deles a mais alta, esta impiedade tem predominado em todas as eras: os sacerdotes acham que estão livres para fazer o que bem lhes apraz. Antes saibamos que, na Igreja, a Palavra de Deus tem a mais alta autoridade, de maneira que nem sacerdotes, nem reis, nem seus conselheiros podem reivindicar para si quaisquer privilégios, como se a conduta deles não estivesse submissa à Palavra divina.
Oração
Misericórdia e Fé
Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.
Os 6.6
Esta é uma passagem extraordinária. O Filho de Deus citou-a duas vezes. Os fariseus repreenderam-no por se relacionar com pessoas de vida má e dissoluta, ao que ele lhes replicou, no capítulo nove de Mateus: “Misericórdia quero e não holocaustos”. Com essa defesa, Jesus mostra que Deus não é adorado mediante cerimônias exteriores, e sim quando os homens se perdoam e se toleram e não são exageradamente rígidos. E quando os fariseus acusaram os discípulos por colherem espigas de milho, Cristo citou-a novamente para mostra-lhes que, quem faz a santidade consistir de cerimônias, adora a Deus tolamente; e mostrou também que acusaram os irmãos deles sem motivo, além de converteram em crime o que intrinsecamente não era pecado e poderia ser facilmente defendido por qualquer expositor sábio e sereno. As duas orações seguintes devem ser lidas em conjunto: a misericórdia apraz a Deus; e a fé apraz a Deus. Não é possível à fé sozinha agradar a Deus, já que nem mesmo pode existir sem o amor ao nosso próximo; e, depois, a misericórdia humana não basta, pois se alguém jamais prejudicasse ou ferisse seus irmãos, ainda assim continuaria a ser profano e desprezador de Deus e a sua misericórdia certamente não lhe valeria de nada. Vale notar também que Jesus chama a fé de conhecimento de Deus.
Oração
Devotions and prayers of John Calvin, 52 one-page devotions with selected prayers on facing pages.
Org. Charles E. Edwards. Old Paths Gospel Press. S/d. Pags. 16, 17, 18 e 19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário