sexta-feira, 27 de março de 2009

O PROTESTANTISMO CALVINISTA NA REVISTA TIME

Li a matéria na Revista Time e, com grande alegria encontrei a tradução feita pelo Teólogo Batista Reformado Franklin Ferreira, autor, juntamente com Alan Myatt, da excelente obra Teologia Sistemática - uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. Escrita para nós, tupiniquins, em nossa língua, avalianda o contexto religiosos brasileiro. Enfim, uma teologia sistemática legitimamente produzida no Brasil. Volto ao ponto. Franklin traduziu o artigo da revista. O título é sobre as 10 principais ideias que estão mudando o mundo extamente agora. Entre estas ideias, o Calvinismo (ou Neo-Calvinismo), com destaque ao seu crescimento na Ásia. Bom, deixem que a leitura vos embeveçam em como o Senhor Deus está vivo e operante. Soli Deo Gloria!
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Se você quer realmente seguir o desenvolvimento do cristianismo conservador, rastreie as suas músicas de sucesso. No início do século xx, você ouviria “Rude Cruz”, uma celebração da expiação. Nos anos 1980, você teria compartilhado a intimidade do tipo “Jesus é meu amigo”, expressada na canção “Brilha, Jesus”. Hoje, as músicas de sucesso retratam cada vez mais um Deus que é muito grande, enquanto nós… bem, ouça a banda de David Crowder: “Estou cheio de terra/ Tu és o tesouro do céu/ Estou sujo de lama/ Inclinado à depravação”.

O calvinismo está de volta, e não apenas no âmbito da música. A resposta de João Calvino, no século xvi, aos excessos do catolicismo na forma de “compre o seu livramento do purgatório” é a mais recente história de sucesso do evangelicalismo [americano], uma história completa: com uma Deidade totalmente soberana que administra as coisas mínimas, uma humanidade pecaminosa e incapaz e, a combinação da conseqüência lógica, a predestinação: a crença de que, antes de o tempo surgir, Deus resolveu a quem salvaria (ou não), sem influenciar-se por qualquer ação ou decisão humana subseqüente.

O calvinismo, primo de outro pilar da Reforma, o luteranismo, é bem menos rígido do que os seus críticos afirmam. O calvinismo oferece uma Deidade firme que orquestra absolutamente tudo, incluindo a enfermidade (ou o arresto da casa!), por meio de uma lógica que talvez não entendamos, mas não temos de criticar depois que vemos os resultados. Nossa satisfação — e nosso propósito — se realiza apenas ao glorificá-Lo. No século xviii, o pregador puritano Jonathan Edwards revestiu o calvinismo de um misticismo quase extasiante. Mas logo o calvinismo foi vencido nos Estados Unidos por movimentos como o metodismo, que eram mais impressionados com a vontade humana. Grupos liberais descendentes dos calvinistas, como a Igreja Presbiteriana (EUA) [PCUSA], descobriram outra ênfase, enquanto o evangelicalismo perdia o interesse por uma doutrina consistente (havia o triunfo daquele Jesus amável e impreciso) e parecia relegar a pregação reformada fiel (a palavra reformado é um sinônimo de calvinista) a algumas poucas igrejas persistentes do sul [dos EUA].

Isso não acontece mais. Os ministros e autores neo-calvinistas não agem numa escala como Rick Warren. Contudo, ouça Ted Olsen, editor-chefe da revista Cristianity Today: “Todos sabem onde estão a energia e a paixão no mundo evangélico” — com o neo-calvinista pioneiro John Piper, de Minneapolis, com Mark Discroll, o brigão de Seattle, e Albert Mohler, presidente do Southern [Theological Baptist] Seminary, da grande Convenção Batista do Sul [dos EUA]. A Bíblia de Estudo ESV, com sabor calvinista, esgotou a sua primeira tiragem; blogs reformados como Between Two Worlds estão entre os links mais populares do ciberespaço cristão.

À semelhança dos calvinistas, os evangélicos mais moderados estão explorando curas para o desvio doutrinário do movimento, mas não podem oferecer a mesma segurança coletiva. “Muitos jovens cresceram em cultura de destruição, divórcio, drogas e tentação sexual”, disse Collin Hansen, autor de Young, Restless, Reformed: A Journalist’s Journey with the New Calvinists. “Eles têm muitos amigos; o que precisam é de um Deus.” Mohler disse: “No momento em que alguém começa a definir o ser ou os atos de Deus biblicamente, essa pessoa é levada a conclusões que são tradicionalmente classificadas como calvinistas”. De fato, essa presunção de inevitabilidade tem atraído acusações de arrogância e divisionismo desde a época de Calvino. Na verdade, alguns dos entusiastas de hoje sugerem que os não-calvinistas podem não ser cristãos. Pequenas disputas entre os batistas do sul [dos EUA] (que têm um grupamento concorrente de não-calvinistas) e trocas de ameaças on-line são um mau presságio.

Em julho próximo, se dará o 500º aniversário de nascimento de Calvino. Será interessante observar se o último legado de Calvino será a difamação protestante clássica ou se, durante estes tempos difíceis, mais cristãos que buscam segurança sujeitarão a sua vontade ao Deus severamente exigente dos primórdios de seu país.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Gaspar, muito bons os comentários que se encontram neste blog. Espero que mais e mais pessoas possam estar atentando para o que estar ocorrendo nos dias atuais.Sem mais, Gustavo.

Anônimo disse...

Saudações em Cristo Jesus

Parabéns pelo comentário do Júlio Severo, realmente a REdeGlobo é um império do mal, apesar de existir programas jornalistico etc.

Sugiro que sempre coloque documentario de Júlio Severo

Abraço

Marcio Ribeiro
Seminarista do SBNE

Anônimo disse...

Graça e paz Rev. Gaspar.

Muito boa essa matéria à respeito de uma de tantas outras coisas em que a Rede Globo "tenta confundir" a mente de algumas pessoas. Eu, assistia muitas vezes a novela Duas Caras e confesso que houve cenas em que ficava horrorizada, tanto pela agressividade dos fatos como também pelo triângulo "amoroso" dos personagens.

Fica na paz.