quinta-feira, 29 de abril de 2010

PAULO E O "PARADOXO DE EPIMÊNIDES"


O Paradoxo de Epimênides: Uma Discordância Lógica em Tito 1.12? Por Apologetics Press

Paulo era um homem de muita educação. Ele foi treinado por um mestre judeu muito respeitado: Gamaliel (Atos 22.3; 5.34). Paulo conhecia não apenas a Escritura e a literatura judaica, mas também a literatura grega clássica. Enquanto discursava para um grupo de filósofos epicureus e estóicos em Atos 17.22 – 34, Paulo, no verso 28, cita a Cretica de Epimênides (“porque nele vivemos, e nos movemos e somos) e o Phaenomena de Arato (porque somos sua geração), usando estes dois poetas para estabelecer seu ponto. Em 1 Coríntios 15.33, Paulo cita a comédia de Menandro, Thais (as más conversações corrompem os bons costumes). Sem dúvidas, alguns críticos têm sugerido que o Apóstolo, quando falou a Tito acerca de sua missão na ilha de Creta, cometeu uma falácia lógica ao citar o poeta cretense Epimênides: “um deles, seu próprio profeta, disse: os cretenses, sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro”(Tito 1.12, 13a).

Esta é uma forma de paradoxo lógico conhecido comumente com o “Paradoxo de Epimênides”: “Um cretense disse: ‘todos os cretenses são mentirosos’”. Se, como Paulo afirma, este enunciado é verdadeiro, então o enunciado é falso, já que um cretense mentiroso o fez. Estas afirmações – que o enunciado é verdadeiro e o enunciado é falso – se contradizem e violam a Lei da Não-Contradição, já que um enunciado não pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. O apologista islâmico M.S.M Saifullah declarou, sobre Tito 1.12: “o escritor Paulo, pelo menos nesta ocasião, não teve a Orientação Divina, já que não percebeu a sutiliza”(Saifullah, 1999). Qual é a resposta cristã a este ataque contra a infalibilidade da Palavra inspirada?

O primeiro passo para entender esta suposta contradição é levar em consideração que Epimênides era um poeta. Os poetas, dramaturgos e outros escritores, algumas vezes usam uma técnica literária conhecida como hipérbole, que é uma exageração deliberada usada para argumentar. Dizer que os cretense são “sempre mentirosos, bestas ruins, glutões ociosos” é dizer que a sociedade cretense como um todo era imoral e decadente, não necessariamente que cada indivíduo na sociedade era um mentiroso, uma besta ruim e um preguiçoso. Não existe paradoxo quando se considera a hipérbole encontrada em Tito 1.12. Epimênides havia feito um enunciado exagerado acerca da conduta do povo de Creta, e Paulo estava citando-lhe para mostra a Tito a dificuldade que enfrentavam os presbíteros cretenses. Paulo não estava afirmando uma contradição, mas estava seguindo um costume literário. Mais uma vez, a Bíblia resplandece como um livro inerrante que permitiu que os estilos de escritas dos autores permanecessem intacto, enquanto manteve a integridade da Palavra inspirada de Deus.

REFERÊNCIAS
Saifullah, M. S. M. (1999), “Epimenides’ Paradox: Was Paul Inspired?,” Islamic Awareness

Fonte: Apologetics Press

Traduzido, da versão espanhola, por Gaspar de Souza

5 comentários:

Filósofo Calvinista disse...

Excelente texto..rs...muito bom!
Parabéns.

Anônimo disse...

Meu amigo, só passei pra dizer que todas as vezes que tentam colocar as Sagradas Escrituras em xeque, os próprios argumentos se voltam contra os opositores da Bíblia e faz com que creiamos ainda mais na Santa Palavra.

Um abraço e haja paz em ti!

Rev. Rogerio Mattos

JONAS DO PEIXE, DIRETAMENTE PARA NÍNIVE disse...

"DEUS, continue te abençoando com ricas bençãos do tesouso da escuridade." Realmente (os próprios argumentos se voltam contra os opositores da Bíblia e faz com que creiamos ainda mais na Santa Palavra.)

Anônimo disse...

que rico comentário. Glória a Deus.
que Deus continue te dando graça.

Pr Doni

Anônimo disse...

Interessante, pelo que entendi, seria mais ou menos igual a visão que muitos estrangeiros tem do brasileiro... embora não sejam todos corruptos...