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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A Secretaria da Educação de Recife (PE) determinou o recolhimento de um livro de educação sexual distribuído a alunos da 4ª e 5ª séries da rede municipal de ensino. A decisão foi tomada ontem, devido a reclamações de pais de alunos, que consideraram a obra "obscena".
O livro, "Mamãe, como eu nasci?", recebeu críticas pela linguagem utilizada e também por possuir ilustrações polêmicas, como as de um menino e uma menina se masturbando.
"Essa obra é uma afronta, é inadequada e constrangedora", disse o vereador André Ferreira (PMDB), autor do pedido de recolhimento do livro. "A cartilha tem palavras e figuras grosseiras, que não ensinam, e sim, incentivam as práticas sexuais", afirmou.
No trecho em que trata da masturbação, a obra diz que "alguns meninos gostam de brincar com seu pênis e algumas meninas com a sua vulva, porque é gostoso". Afirma em seguida que "as pessoas grandes dizem que isso vicia ou 'tira a mão daí que isso é feio'".
"Só sabem [os adultos] abrir a boca para proibir. Mas a verdade é que essa brincadeira não causa nenhum problema", continua o texto, aconselhando em seguida: "Não se esqueça: essa brincadeira que dá uma cosquinha muito boa não é para ser feita em qualquer lugar. É bom que você esteja num canto, sem ninguém por perto".
Segundo a Secretaria da Educação de Recife, a obra fazia parte de um kit de publicações paradidáticas, com seis títulos, entregues aos estudantes da rede pública municipal.
O livro polêmico estava em 550 kits destinados a um grupo de alunos com idades entre 8 e 10 anos. Segundo a diretora-geral de ensino e formação docente da Secretaria Municipal da Educação, Luisa Albuquerque, o recolhimento da obra é "preventivo, e não definitivo".
"Vamos promover palestras com famílias e professores. Depois, quem desejar receber o livro, receberá. O restante será entregue às bibliotecas", declarou a diretora-geral.
Para a pedagoga e psicóloga Silvana Oliveira, integrante do grupo de trabalho em orientação sexual da Secretaria da Educação de Recife, o livro não incentiva a prática sexual, nem tem problemas de conteúdo ou de abordagem dos temas. "O que existe nele é orientação e esclarecimento", afirmou.
Fonte: Folha Online
2 comentários:
Querido Gaspar, um abraço. Sou plenamente favorável ao recolhimento da cartilha, mas não vejo como uma questão de pornografia. Trata-se da ampliação cada vez maior [perdão pela redundância] de uma visão pedagógica [ruim, em minha opinião] que avalia que a escola deve suprir todas as deficiências da sociedade e que tudo e qualquer coisa que seja um "problema" social deve virar tema de currículo. Vejamos. Meio ambiente? crie-se uma disciplina. Racismo? crie-se uma disciplina de 'história da África'. Baixo níveis de cidadania? crie-se mais uma disciplina, ora. Esse é o primeiro ponto. Vamos agora ao seguinte. A absoluta desagregação, destruição, desestruturação das famílias que compõem o público das escolas municipais faz com que as crianças tornem-se jovens quase que sem nenhum tipo de regramento social, afetivo, sexual. A brutalidade afetiva em que são criados leva-os, tristemente, a reproduzirem o mesmo comportamento. Tudo isso é agravado pela pobreza material e intelectual, que torna a maioria uma geração que se vê sem perspectivas. Uma geração com um comportamento sexual destrutivo.
Aqui, algo mais grave. Em nossa visão, há a falta do conhecimento de Deus, de Seu amor. É uma questão também espiritual. Não partilham o nosso diagnóstico os pedagogos e orientadores "do mundo", muitos deles separados, gays, liberais em termos sexuais, "modernosos" de todos os tipos e cores. Aí, veem a promiscuidade em que os alunos vivem e qual a solução oferecida? Preservativos, "o problema é a prevenção", e... transforme-se o assunto em tema do currículo escolar. E aí, outro problema. Em meio a todos esses jovens, também há inúmeros filhos de famílias pobres, mas organizadas, disciplinadas, de famílias crentes [nas comunidades de periferia, a maioria são da Assembléia de Deus] e então, temos agora nova questão: alguém da secretaria de educação [muito possivelmente no perfil descrito acima, de "modernoso"], que acha que pode impor a todos uma forma moral [no caso, amoral] única, distribuindo um livro para alunos cujas famílias possuem diversas escolhas religiosas [com uma maioria 'desgovernada', como vimos]. Assim, esse 'iluminado' pretende impor a filhos de famílias crentes, que possuem determinada ética, determinada visão do mundo e do comportamento sexual uma única forma, uma única visão, a do liberalismo sexual. Portanto, o episódio da cartilha é muito pior do que uma mera irresponsabilidade ou má escolha do material.
Temos acompanhado as inúmeras e necessárias denúncias feitas por parte de vários blogs, a muitos: padres, pastores, parlamentares, e etc.
Assim como a maioria dos brasileiros, também erro em não acompanhar mais de "perto" a vida dos "nossos" políticos. Todavia, me alegro em ver uma atitude semelhante que teve o vereador André Ferreira. Falo isso pelo fato de que, quando um político erra, muitas vezes os seus erros só são divulgados quando não há mais jeito de se tapar o sol com a peneira, mas, o mesmo não acontece quando o assunto está relacionado com um político evangélico. É bom que alguns que porventura ainda não saiba o vereador André Ferreira é evangélico. Eis a sua postura: "Essa obra é uma afronta, é inadequada e constrangedora", disse o vereador André Ferreira (PMDB), autor do pedido de recolhimento do livro. "A cartilha tem palavras e figuras grosseiras, que não ensinam, e sim, incentivam as práticas sexuais", afirmou.
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