quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Apologética Evidencialista: O Caminho Correto

Há uma crítica aos apologistas pressuposicionalistas que eles sejam contr o uso das evidências. Nada mais equivocado sobre aqueles, como eu, que adotam esta corrente de defesa. No artigo abaixo, o Dr. Bahnsen explica qual o uso correto das evidências na defesa da Fé Cristã.
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por Dr. Greg Bahnsen

Na crença popular, hoje, na escolha de um método apologético, um Cristão-Bíblico defronta-se entre argumentar pressuposicionalmente OU apelar para evidências histórica ou natural em favor do Cristianismo. Mas, isto é inteiramente errado. A Apologética Pressuposicional endossa e, até mesmo, encoraja o uso das evidências – mas não oferece as evidências da forma “tradicional”, como um recurso à autoridade da (alegadamente) razão autônoma do incrédulo. Incrédulos que estão autoconscientes em sua autonomia, geralmente lutarão com todas as suas forças contra os “fatos” que nós possamos utilizar a favor da veracidade da Bíblia[1]

Quando incrédulos resistirem aos argumentos fatuais que o apologista pode e deve prontamente colocar diante deles para confirmar ou defender a posição Cristã, Van Til diz que devemos, então, entender e levar seriamente que “a batalha não é primariamente sobre este ou aquele fato. A batalha é, basicamente, à respeito da filosofia dos fatos.... Ninguém pode ser um cientista de maneira inteligente sem ao mesmo tempo ter uma filosofia da realidade como um todo” .

O uso pressuposicional das evidências na apologética reconhece que, no final das contas, o conflito intelectual entre Crentes e Incrédulos é uma questão de Cosmovisões Antitéticas. Devemos mostrar que a Cosmovisão Incrédula, pelo qual ele deseja opor-se às reivindicações da fé, não apenas exclui os fatos da Escritura, mas [exclui] a completa inteligibilidade de quaisquer fatos sobre qualquer assunto. Por esta razão, Van Til não desistiu de que o apologista não cometesse o engano de pretender ser neutro ou autônomo no raciocínio, mas apresenta-se sua defesa fatual de modo correto e de modo claro ao Incrédulo. “Cristianismo, então, não precisa refugiar-se sob o teto de um método cientifico independente de si mesmo. De preferência, oferece-se como um teto para métodos que seriam científicos.” [2]

Se a inteligibilidade do raciocínio indutivo, empírico usado pelo Incrédulo se opor à Fé faz algum sentido filosófico, o Incrédulo precisará afirmar a Fé Cristã como sua pressuposição ou cosmovisão[3]! O esforço do dos Incrédulos devem ser voltados contra sua própria incredulidade. Isso é simplesmente a maneira pressuposicional de defender a fé e pressionar os argumentos evidenciais.

A força evidencial da, digamos, ressurreição de Cristo é perdida quando o argumento da evidência para isto é apresentada ao incrédulo dentro do contexto das pressuposições bíblicas? De modo algum! A Apologética Pressuposicional convoca o Cristão e o Não-Cristão a colocarem-se suas cosmovisões lado a lado e fazer um exame interno de ambas (e suas respectivas “lógicas internas”). Em tal comparação, a força evidencial da ressurreição de Cristo é facilmente estabelecida.

Mas alguém poderia perguntar-se: “se os pressupostos já requerem que a Bíblia seja verdade e, portanto, que Cristo já ressuscitou dentre os mortos, como poderia a evidência ser exercer influência?” Bem, depois que a buzina apita após a bola ser lançada na cesta[4], o apito torna-se uma questão do passado e nós, mesmo sabendo o resultado do jogo, ainda estamos estarrecidos pelo arremesso e podemos assistir impressionados quando observamos o replay do jogo. O arremesso é ainda impressionante, mesmo quando você sabe o contexto e o resultado.

E a ressurreição do nosso Senhor é muito mais impressionante, mesmo quando a abordamos dentro do contexto das verdades pressupostas pela Bíblia. Os Cristãos prontamente diriam aos Incrédulos: “Dentro de nossa cosmovisão, as evidências mostram que Deus ressuscitou Cristo dentre os mortos! (ainda mais surpreendente, Ele o fez por amor para salvar pecadores como nós) – sua cosmovisão não tem nada tão impressionante como isto, mas, realmente, causa absurdo dentro da história, ciência e raciocínio.” A escolha deveria ser óbvia.


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Notas

[1] The Protestant Doctrine of Scripture, p. 51.

[2] Christian Theistic Evidences, p. 56.

[3] Aqui está um exemplo da “Impossibilidade do Contrário”. Como o Incrédulo não possui, na sua Cosmovisão, uma estrutura adequada à Realidade, ele precisará pedir do “capital emprestado” do Cristianismo. Por exemplo, temas como Moral, Verdade, Ordem, Harmonia, Unidade e Diversidade etc, são encontradas na base da fé cristã. Um Incrédulo não poderá falar em humildade, por exemplo, pois não existe base garantida para tal conceito. É impossível para a Cosmovisão Incrédulo sustentar-se sem as bases epistêmicas do Cristianismo.[N.T]

[4] O Dr. Bahnsen fala do game-winning, quando, no basquete, faltando poucos segundos para o fim do jogo, o jogador faz um lançamento e, a bola no ar em direção à cesta, a buzina toca (zero tempo), mas a cesta é válida. Você já sabe o final do jogo, mas o lance é tão impressionante que você ainda assiste o replay. Veja um exemplo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=PkjbaNFmt-M [N.T]

Fonte: Covenant Media Foundation

Traduzido por Gaspar de Souza

4 comentários:

Marcello de Oliveira disse...

Shalom!

Amado Prof. Gaspar, uma alegria conhecer seu blog. O Eterno resplandeça o rosto Dele sobre ti!

Medite em Pv 23.23

Nele, Pr Marcello

Visite>> http://davarelohim.blogspot.com/

e veja o texto:

Os 4 descansos - Hebreus 4

P.s>>> Caso o irmão se identifique com o blog, torne um seguidor. Será uma honra!

Grato!

Anônimo disse...

Eu gostaria de saber dos que são contra o uso de evidências, qual a base usada por eles para se oporem aos fatos bíblicos? Se não usarem evidências para demonstrarem o que pensam, qualquer coisa que falarem não passará de uma simples opinião!! Portanto, o cristão que esteja pronto para defender a sua fé e com evidências o quanto possível.

Rev. Rogerio Mattos
I.P. ROÇADINHO - BA

Gaspar de Souza disse...

Olá, Pr. Marcello. Seja bem-vindo e sinta-se à vontade para postar seus comentários.

Visitei o seu site e o achei interessante. Parabéns e que Deus continue a abençoá-lo.

Gaspar

Gaspar de Souza disse...

Rogério, não há NENHUM pressuposicionalista que se oponha ao uso das evidências. Por outro lado, os Evidencialistas optam por apresentar as evidências como se fossem "fatos brutos" e os Incrédulos fossem "neutros". As evidências só fazem sentidos tendo interpretação externa e, para isto, não podemos ser nós; mas alguém infinito e que tenha pleno conhecimento. Por esta definição, apenas o Deus Infinito, Pessoal e Triúno pode assim fazer. Mas para que as evidências possam ser conhecidas, Deus deve fazê-las cogniscíveis. Por isso que apenas na Cosmovisão Cristã, pressupondo as verdades do Cristianismo, as evidências fazem sentido.

Forte abraço, amigo.

Gaspar