quarta-feira, 22 de abril de 2009

O cérebro distingue Deus do Pai Natal

Não é sem razão que o Reformador João Calvino falava sobre o sensus divinitatis. À luz das Escrituras (Rm 1. 18 - 32, especialmente), a existência de Deus não é matéria de prova. Na verdade, o que os céticos deveriam tentar fazer é tentar provar que Deus não existe. Ainda que Ele esteja entranhado em nosso ser, e Sua Criação corrobore isto, devido ao comprometimento com a incredulidade, os céticos não admitirão prova alguma, ainda que o próprio Deus descesse do céu. Aliás, Ele já fez isso no primeiro século da era cristã, ou seja, encarnou, Jesus Cristo. Nossa constituição é marcada pelo divino e não conseguimos nos desligar dele. Abaixo um teste feito com ressonância magnética em que o cérebro distingue quando pensamos em Deus ou em Papai Noel. No primeiro caso, o cérebro ativa a parte da comunicação pessoal. Isto é, o cérebro sabe que estamos falando com uma pessoa. No segundo caso, ele sabe que é imaginário. Os céticos aceitarão isso? Claro que não! Afinal, "todas os seus pensamentos são: não há Deus"

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À excepção de algumas «seitas» mais fanáticas, nem os católicos negam as evidências da Ciência, distinguindo perfeitamente entre a linguagem metafórica e poética do Antigo Testamento e a realidade, nem os cientistas têm a pretensão de provar ou negar a existência de Deus, como se as suas ressonâncias magnéticas e os seus apare-lhos tivessem a capacidade de captar e reduzir a uma "chapa" a complexidade do ser humano, do universo e de para aí além.
Mas a verdade é que a Fé não consegue deixar de fascinar os investigadores, ou não movessem montanhas. Agora foi a revista Newscientist a publicar um estudo, citado pela Lusa, em que cientistas dinamarqueses concluíram que a oração activa uma área do cérebro onde se processa o conhecimento social, ou seja, que rezar é como falar com um amigo.
O cérebro de 20 católicos praticantes foi "fotografado" no decorrer de três tarefas: enquanto recitavam o Pai Nosso, enquanto recitavam um poema, e uma terceira em que improvisavam orações pessoais, antes de fazerem pedidos ao Pai Natal.
Curiosamente, o Pai Nosso e o poema activaram a mesma área cerebral, mais propriamente a que está ligada à emuneração e repetição. Contudo, a oração improvisada pôs em funcionamento os circuitos utilizados quando se comunica com outra pessoa, e que nos concedem a capacidade de lhes imputar motivações e intenções.
Mas a complexidade não se fica por aqui: é que a reacção foi também diferente quando rezavam e quando se dirigiam ao Pai Natal: quando Deus era o interlocutor iluminavam o córtex pré-frontal (o que se acende quando comunicamos com pessoas reais), que se mantinha apagado no caso do Pai Natal, revelando assim considerá-lo uma figura fictícia, equiparada a um objecto ou a um jogo de computador.
A explicação é que «o cérebro não activa essas áreas por não esperar reciprocidade, nem considerar necessário pensar nas intenções do computador».
Assumindo uma postura cautelosa, o estudo termina concluindo que o que fica provado é, apenas, que quando os crentes rezam acreditam não só estar a falar com Deus, como que este os escuta. Já não é mau.


Por Isabel Stilwell


Postado por Gaspar de Souza

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