Rev. Emerson Arruda
São duas horas da manhã, e é exatamente neste horário que encerro a leitura de duas obras importantes: Pratical Christian Theology, de Floyd H. Barackman e História e Teoria, de José Carlos dos Reis.
De algum modo, a leitura desses textos me entusiasmaram a escrever mais uma vez sobre ética e cidadania. Talvez, porque daqui alguns meses milhares de brasileiros realizarão uma das ações mais cívicas do universo democrático: a eleição de pessoas que irão conduzir centenas de municípios em nosso País.
Essa autonomia democrática conjugada com responsabilidade ética e consciência cidadã se estabelece como o melhor caminho para construção de um novo modelo de estado e da própria maneira de se fazer política. De tal modo que autonomia, ética e cidadania não devem se estabelecer apenas como conceitos a serem admirados, mas, vivenciados por todos nós. Neste sentido, a promoção desse ideal democrático deve levar em conta o pressuposto de que cada pessoa é um sujeito ético, constituído de valores e crenças. Tal status exige deste indivíduo uma reflexão moral, que lhe faculte a capacidade de ver o mundo além dos seus interesses pessoais, partidários e de manipulações políticas entre o poder público, a realidade estatal e a própria filosofia do senso comum.
Não é de hoje que a mídia socializa uma série de informações de vários grupos políticos, religiosos, acadêmicos, e privados que se beneficiam de toda a estrutura administrativa e econômica do setor público como se fosse algo natural. Esse triste comportamento é visível também no modo como alguns cidadãos vendem e/ou trocam os seus votos por um simples “prato de lentilhas”, como fez o personagem bíblico Esaú, ao vender o seu direito de primogenitura ao seu irmão Jacó.
Tal prática pode ser vista quando vários grupos políticos alimentam um ciclo vicioso de cestas básicas, consultas médicas, viagens permanentes de norte ao sul, e uma série de outras atitudes assistencialistas que escravizam as pessoas ao sistema, e não lhes dão subsídios concretos e/ou ferramentas para que possam ser independentes. Esse tipo escravização não promove de modo algum a edificação do verdadeiro sentido da palavra cidadania, pois, não dignifica e nem cria meios eficazes para que cada ser humano conquiste a sua autonomia, sendo capaz, através de uma formação científica e cultural de garantir a sua sobrevivência com qualidade e senso crítico. Todo cidadão no momento de votar deveria problematizar esse ato democrático, perguntando-se: Por que estou votando? Quais são as motivações que me fazem escolher esse ou aquele candidato? Estou elegendo determinado indivíduo, porque creio que ele tem um projeto que leva em consideração a minha autonomia como sujeito pensante? Ou apenas estou fazendo uma barganha com a minha cidadania na expectativa de ganhar benefícios como: cinquenta reais, remédios, almoço num restaurante, uma camiseta legal, ou a garantia de ser contratado para cargos políticos?
O nosso desafio como cidadãos é o de compreender que ética e cidadania devem ser os pontos centrais em nossa escolha política. Ao eleger alguém, precisamos esquecer-nos de interesses que beneficiam a nós mesmos. É necessário pensar num projeto político que leve em conta a autonomia e a dignidade das pessoas, a fim de que elas não sejam mais subservientes ao processo de domesticação política, e que, finalmente, saibam promover reflexões críticas da realidade, estabelecendo o verdadeiro sentido da palavra democracia.
Um comentário:
muchísimas bendiciones en este blog, les dejo un saludo afectuoso desde El Salvador
Mi blog www.creeenjesusyserassalvo.blogspot.com
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