segunda-feira, 16 de setembro de 2013

OS DESAFIOS DE PREGAR A PALAVRA DE DEUS COMO SERVOS





Pr. Emerson Arruda [1]

Neste ano completo cerca dez anos de ministério pastoral, sou um dos formandos da Turma Reverendo Boanerges Ribeiro, ano de 2003 do Seminário Teológico Presbiteriano José Manoel da Conceição.  

Como outros pastores, tenho o privilégio e a responsabilidade de pregar a Palavra de Deus a uma pequena parte do seu rebanho no interior de Mato Grosso. Essa tarefa honrosa exige oração, fidelidade, sensibilidade, amor e consciência da minha fraqueza espiritual, dentre outras coisas.

 Reaprendi, nesses últimos dias[2], que a pregação é o principal meio de graça pelo qual o reino de Deus se torna visível de modo salvífico aos olhos humanos, que tocados pelo Espírito Santo começam a enxergar o mundo sob as lentas da eternidade.

Tal perspectiva teológica evoca sobre todos nós pregadores a decisão e o compromisso de sermos servos. Mas, servos de quem?

Na proclamação das verdades eternas somos embaixadores de um reino, em que o Deus Trino governa majestosamente sobre todas as coisas como criador, sustentador e redentor. Deste modo, pregamos como servos do Rei eterno, significando o todo a partir daquele que é Senhor sobre tudo.

De modo gracioso, especial e histórico a Trindade revelou a sua vontade gloriosa estabelecendo preceitos, estatutos, e testemunhos, as Escrituras Sagradas. Nelas encontramos a descrição progressiva do projeto Deus para vida humana; valores normativos que estabelecem a verdade absoluta para todos os seres.

Assim, quando pregamos, devemos nos limitar a Palavra de Deus, tendo como ponto de partida a sua inspiração, infalibilidade e suficiência, e não, os conceitos que regem a lógica de uma humanidade caída, que continua dizendo: somos deuses!

Pregadores devem ser servos do Texto Sagrado, esforçando-se com diligência hermenêutica, exegética, teológica e homilética na compreensão e comunicação apaixonada das Escrituras Sagradas que apontam Cristo como salvador do mundo.

Partimos do pressuposto de que as Escrituras Sagradas são especiais para nossa saúde e de que elas, cumprindo o propósito de Deus santificar diariamente sua igreja, devem ser entregues pelos pregadores com amor servial e não com moralismos vazios.

Todos os domingos estão diante dos nossos olhos pessoas que como nós, precisam de alimento, consolo e instrução para suas almas. Não podemos comunicar a vontade de Deus como se fossemos feitores do pacto. O anúncio deve ser realizado como uma expressão de servialidade e concepção de que somos servos daqueles que pastoreamos.

Muitos são os desafios na pregação da Palavra de Deus, o nosso primeiro passo é o de perceber e crer que ensinamos os desígnios de Deus, como servos dEle mesmo, de sua Palavra e de seu povo. Perdendo essa dinâmica espiritual falaremos apenas dos ídolos de nosso coração.


[1] O Pr. Emerson de Arruda, pastoreia a Igreja Presbiteriana de Jaciara (MT). É Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição. É Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FAMA). Licenciado em Filosofia (FAMA e Centro Universitário Clareteano). Mestre em Educação pela UFMT. Doutorando em Ministérios pelo CPAJ.
[2] Módulo: Pregação Reformada, aplicado pelos doutores David Jussely e Valdeci da Silva Santos, no Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper.

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