Pr. Emerson Arruda [1]
Neste ano completo cerca dez anos de ministério pastoral, sou um dos formandos da Turma Reverendo Boanerges Ribeiro, ano de 2003 do Seminário Teológico Presbiteriano José Manoel da Conceição.
Como outros pastores, tenho
o privilégio e a responsabilidade de pregar a Palavra de Deus a uma pequena
parte do seu rebanho no interior de Mato Grosso. Essa tarefa honrosa exige
oração, fidelidade, sensibilidade, amor e consciência da minha fraqueza
espiritual, dentre outras coisas.
Reaprendi, nesses últimos dias[2], que a pregação é o
principal meio de graça pelo qual o reino de Deus se torna visível de modo
salvífico aos olhos humanos, que tocados pelo Espírito Santo começam a enxergar
o mundo sob as lentas da eternidade.
Tal perspectiva teológica evoca
sobre todos nós pregadores a decisão e o compromisso de sermos servos. Mas,
servos de quem?
Na proclamação das verdades
eternas somos embaixadores de um reino, em que o Deus Trino governa majestosamente
sobre todas as coisas como criador, sustentador e redentor. Deste modo,
pregamos como servos do Rei eterno, significando o todo a partir daquele que é
Senhor sobre tudo.
De modo gracioso, especial e
histórico a Trindade revelou a sua vontade gloriosa estabelecendo preceitos,
estatutos, e testemunhos, as Escrituras Sagradas. Nelas encontramos a descrição
progressiva do projeto Deus para vida humana; valores normativos que
estabelecem a verdade absoluta para todos os seres.
Assim, quando pregamos,
devemos nos limitar a Palavra de Deus, tendo como ponto de partida a sua
inspiração, infalibilidade e suficiência, e não, os conceitos que regem a
lógica de uma humanidade caída, que continua dizendo: somos deuses!
Pregadores devem ser servos
do Texto Sagrado, esforçando-se com diligência hermenêutica, exegética,
teológica e homilética na compreensão e comunicação apaixonada das Escrituras
Sagradas que apontam Cristo como salvador do mundo.
Partimos do pressuposto de
que as Escrituras Sagradas são especiais para nossa saúde e de que elas, cumprindo
o propósito de Deus santificar diariamente sua igreja, devem ser entregues pelos
pregadores com amor servial e não com moralismos vazios.
Todos os domingos estão
diante dos nossos olhos pessoas que como nós, precisam de alimento, consolo e
instrução para suas almas. Não podemos comunicar a vontade de Deus como se
fossemos feitores do pacto. O anúncio deve ser realizado como uma expressão de
servialidade e concepção de que somos servos daqueles que pastoreamos.
Muitos são os
desafios na pregação da Palavra de Deus, o nosso primeiro passo é o de perceber
e crer que ensinamos os desígnios de Deus, como servos dEle mesmo, de sua
Palavra e de seu povo. Perdendo essa dinâmica espiritual falaremos apenas dos
ídolos de nosso coração.
[1] O Pr. Emerson de Arruda, pastoreia a Igreja Presbiteriana de Jaciara (MT). É Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição. É Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FAMA). Licenciado em Filosofia (FAMA e Centro Universitário Clareteano). Mestre em Educação pela UFMT. Doutorando em Ministérios pelo CPAJ.
[2]
Módulo: Pregação Reformada, aplicado pelos doutores David Jussely e Valdeci da
Silva Santos, no Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper.
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