quinta-feira, 19 de setembro de 2013

IGREJA DE CRISTO, MINISTRA E HERDEIRA DA JUSTIÇA

Por Gaspar de Souza

            Nesta semana(18 de setembro de 2013), o Brasil assistiu a um impasse entre a Justiça e a Verdade; entre o Legalismo e a Moralidade. Um juiz da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal, num caso de empate num julgamento daqueles que, “formando uma quadrilha”, como o próprio STF havia dito anteriormente, optou pelo Legalismo, dando a chance para um novo julgamento daqueles que ele mesmo, o tal juiz, disse serem eles criminosos. Não deveríamos esperar nada diferente em um ambiente onde os interesses políticos se sobressaem (os Ministros são escolhidos por indicação do Presidente da Nação), as meticulosidades jurídicas, os meandros retóricos e, especialmente, aonde os poderosos costumam apelar, tivesse uma postura diferente.

            Em todo o julgamento, ficou claro que alguns juízes agiram mais como defensores dos criminosos. Ao não ver a luz no fim do túnel, mas apenas um abismo entre a Justiça e a Impunidade  que cada vez mais se distanciam, mas é a Impunidade quem permanece e a Justiça vai embora, há de perguntar: o que a Igreja de Cristo tem a ver com isso?

            O Teólogo Richard Niebuhr constumava falar em Igreja Responsável e Irresponsável. No caso desta última, ela escolhe um caminho polarizado entre ficar do lado dos poderosos, e por isso ela busca a aprovação dos homens; ou ficar do lado dos “revolucionários”, dos radicais. Há ainda aquelas que se isolam de uma coisa ou de outra. São “tão santas” que não vão ao mundo (Jo. 17.18) e estão completamente alheias ao clamor por Justiça.

            A Igreja Responsável entende-se como Apostólica. Ela proclama o Evangelho que se manifesta na Justiça de Deus em Cristo. Ela se vê como uma Igreja Pastora, arrebanhando aqueles que clamam por Justiça. E ela se vê como um Reino de Sacerdotes, intercede pelos homens e, até mesmo, se arrepende por eles “por não saberem o que fazem”. Ela entende o valor da Justiça e, por isso, aplica-o a si mesmo.


            Dito isso, vê-se quão urgente é a questão da Disciplina na Igreja de Cristo. A igreja não é uma justiceira, mas uma promotora da justiça. Ela testifica aos homens que o Evangelho está clamando desde os céus para que se arrependam, pois o Justo Deus está para executar a sua Espada e Ele é o Justo Juiz que julga imparcialmente, e nisso não há acepção de pessoas. Em “abrir e fechar o reino dos céus”, a Igreja dá o exemplo, abrindo os braços para os arrependidos, mas fechando para os impenitentes, de dentro e de fora de suas portas. Ela executa a Justiça em si mesmo, corta na própria carne, ferindo-se pela Lei. Nela, a misericórdia e a verdade se encontram; a justiça e a paz se beijam(Sl 85.10). Ele deve ser a Ministra e Herdeira da Justiça, servindo ao Supremo Juiz. 

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