Por Gaspar de Souza
Nesta semana(18 de setembro de 2013), o Brasil assistiu
a um impasse entre a Justiça e a Verdade; entre o Legalismo e a Moralidade. Um
juiz da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal, num caso de empate
num julgamento daqueles que, “formando uma quadrilha”, como o próprio STF havia
dito anteriormente, optou pelo Legalismo, dando a chance para um novo
julgamento daqueles que ele mesmo, o tal juiz, disse serem eles criminosos. Não
deveríamos esperar nada diferente em um ambiente onde os interesses políticos
se sobressaem (os Ministros são escolhidos por indicação do Presidente da
Nação), as meticulosidades jurídicas, os meandros retóricos e, especialmente,
aonde os poderosos costumam apelar, tivesse uma postura diferente.
Em todo o julgamento, ficou claro
que alguns juízes agiram mais como defensores dos criminosos. Ao não ver a luz
no fim do túnel, mas apenas um abismo entre a Justiça e a Impunidade que cada vez mais se distanciam, mas é a
Impunidade quem permanece e a Justiça vai embora, há de perguntar: o que a Igreja
de Cristo tem a ver com isso?
O Teólogo Richard Niebuhr constumava
falar em Igreja Responsável e Irresponsável. No caso desta última, ela escolhe
um caminho polarizado entre ficar do lado dos poderosos, e por isso ela busca a
aprovação dos homens; ou ficar do lado dos “revolucionários”, dos radicais. Há
ainda aquelas que se isolam de uma coisa ou de outra. São “tão santas” que não
vão ao mundo (Jo. 17.18) e estão completamente alheias ao clamor por Justiça.
A Igreja Responsável entende-se como
Apostólica. Ela proclama o Evangelho que se manifesta na Justiça de Deus em
Cristo. Ela se vê como uma Igreja Pastora, arrebanhando aqueles que clamam por
Justiça. E ela se vê como um Reino de Sacerdotes, intercede pelos homens e, até
mesmo, se arrepende por eles “por não saberem o que fazem”. Ela entende o valor
da Justiça e, por isso, aplica-o a si mesmo.
Dito isso, vê-se quão urgente é a
questão da Disciplina na Igreja de Cristo. A igreja não é uma justiceira, mas
uma promotora da justiça. Ela testifica aos homens que o Evangelho está
clamando desde os céus para que se arrependam, pois o Justo Deus está para
executar a sua Espada e Ele é o Justo Juiz que julga imparcialmente, e nisso
não há acepção de pessoas. Em “abrir e fechar o reino dos céus”, a Igreja dá o exemplo,
abrindo os braços para os arrependidos, mas fechando para os impenitentes, de
dentro e de fora de suas portas. Ela executa a Justiça em si mesmo, corta na
própria carne, ferindo-se pela Lei. Nela, a misericórdia e a verdade se
encontram; a justiça e a paz se beijam(Sl 85.10). Ele deve ser a Ministra e
Herdeira da Justiça, servindo ao Supremo Juiz.
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