quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma adolescente criada na sinagoga sabe mais do que uma garota com um Ipad nas mãos

Por Pr. Emerson Arruda1
Além das várias informações de suma importância nestes últimos dias no Módulo Pregação num Mundo pós-moderno,2 uma das frases do professor Emílio Garofalo ao analisar o conhecimento que Maria tinha das Escrituras Sagradas (Antigo Testamento), me chamou a atenção: “uma adolescente criada na sinagoga sabia mais, do que muitos adolescentes cristãos hoje.”

Essa frase simples, mas ao mesmo tempo tão reveladora nos faz um convite de teor reflexivo: o de investir ainda mais no processo de formação bíblico-reformada de adolescentes que são e estão presentes em nossas comunidades cristãs.

Às vezes, por conta de tantas mudanças paradigmáticas que perfazem e ao mesmo tempo desenham o processo histórico da humanidade, imaginamos que a produção de uma linguagem zen-existencialista, o entretenimento das festas à fantasias da Liga da Justiça à Harry Potter, os encontros de adoração moralista, em que a graça de Deus não conduz os ritmos, melodias e harmonias, dentre outros, são aparentemente os caminhos pedagógicos eficazes para a instrução de meninos e meninas inteligentes que podem guardar em seus corações a história da redenção. 
 
Deste modo, vale a pena lembrar que Daniel, Hananias, Misael, Azarias, Josias, Ester, Samuel, e a jovem escrava que ajudou Naamã, dentre outros jovens tementes a Deus, revelaram conhecimento e consistência espiritual na sua contemporaneidade. 
 
Hoje vivemos numa etapa repleta de fascínios midiáticos e cibernéticos, em que somos capazes de nos comunicar e fazer parte de guetos virtuais, como o facebook, skype e twitter, que por sua vez desaparecem rapidamente. Nesse sentido, não me lembro de ter ido ao culto fúnebre do Orkut e Messenger que se apresentavam tão cheios de vida, talvez, porque neles, sem perceber, eu mesmo celebrei a minha própria morte virtual.

Além disto, não podemos esquecer a presença de várias ferramentas tecnológicas como: Ipad, tablet, notebook, ultrabook, celulares e Iphones, que exigem um exercício racional e dedicação no modo de usá-las. Enquanto, nós, filhos de uma geração de discos de vinil e máquinas datilográficas percorremos esse caminho virtual como se fossem labirintos sem fim, nossos adolescentes fazem download em frações de segundo.

Essa habilidade cognitiva e persistência na apreensão destas informações tecnológicas servem também como elementos motivadores no ensino de conceitos doutrinários presentes nas Escrituras Sagradas e aspectos teológicos motivadores que constituem a tradição reformada. 
 
Não podemos subestimar a inteligência e capacidade emocional de adolescentes cristãos se envolverem prazerosamente com temas confessionais, que para alguns, são aparentemente difíceis, áridos e\ou distantes de suas vidas. Eles são capazes de amar a Palavra de Deus e se motivados corretamente, podem com a força e brilho da juventude ser parceiros prudentes e obedientes à defesa da fé reformada. 
 
Enfim, nossos adolescentes não podem ser apenas consumidores cristãos que caminham apenas com Ipads em suas mãos, eles precisam e são capazes de caminhar com a história da redenção em suas mentes e corações.
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1 O Pr. Emerson de Arruda, pastoreia a Igreja Presbiteriana de Jaciara (MT). É Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição. É Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FAMA). Licenciado em Filosofia (FAMA e Centro Universitário Clareteano). Mestre em Educação pela UFMT. Doutorando em Ministérios pelo CPAJ.


2 O Pr. Emerson refere-se ao Módulo realizado no Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ - Mackenzie), ocorrido nos dias 26 – 30 de agosto de 2013, sob a Orientação dos Prof. Dr. Emílio Garofalo e Prof. Tarcízio Carvalho.

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