Por Pr. Emerson
Arruda1
Além das
várias informações de suma importância nestes últimos dias no
Módulo Pregação num Mundo pós-moderno,2
uma das frases do professor Emílio Garofalo ao analisar o
conhecimento que Maria tinha das Escrituras Sagradas (Antigo
Testamento), me chamou a atenção: “uma
adolescente criada na sinagoga sabia mais, do que muitos adolescentes
cristãos hoje.”
Essa frase
simples, mas ao mesmo tempo tão reveladora nos faz um convite de
teor reflexivo: o de investir ainda mais no processo de formação
bíblico-reformada de adolescentes que são e estão presentes em
nossas comunidades cristãs.
Às vezes, por
conta de tantas mudanças paradigmáticas que perfazem e ao mesmo
tempo desenham o processo histórico da humanidade, imaginamos que a
produção de uma linguagem zen-existencialista, o entretenimento das
festas à fantasias da Liga da Justiça à Harry Potter, os encontros
de adoração moralista, em que a graça de Deus não conduz os
ritmos, melodias e harmonias, dentre outros, são aparentemente os
caminhos pedagógicos eficazes para a instrução de meninos e
meninas inteligentes que podem guardar em seus corações a história
da redenção.
Deste modo,
vale a pena lembrar que Daniel, Hananias, Misael, Azarias, Josias,
Ester, Samuel, e a jovem escrava que ajudou Naamã, dentre outros
jovens tementes a Deus, revelaram conhecimento e consistência
espiritual na sua contemporaneidade.
Hoje vivemos
numa etapa repleta de fascínios midiáticos e cibernéticos, em que
somos capazes de nos comunicar e fazer parte de guetos virtuais, como
o facebook, skype e twitter, que por sua vez desaparecem rapidamente.
Nesse sentido, não me lembro de ter ido ao culto fúnebre do Orkut e
Messenger que se apresentavam tão cheios de vida, talvez, porque
neles, sem perceber, eu mesmo celebrei a minha própria morte
virtual.
Além disto,
não podemos esquecer a presença de várias ferramentas tecnológicas
como: Ipad, tablet, notebook, ultrabook, celulares e Iphones, que
exigem um exercício racional e dedicação no modo de usá-las.
Enquanto, nós, filhos de uma geração de discos de vinil e máquinas
datilográficas percorremos esse caminho virtual como se fossem
labirintos sem fim, nossos adolescentes fazem download em frações
de segundo.
Essa habilidade
cognitiva e persistência na apreensão destas informações
tecnológicas servem também como elementos motivadores no ensino de
conceitos doutrinários presentes nas Escrituras Sagradas e aspectos
teológicos motivadores que constituem a tradição reformada.
Não podemos
subestimar a inteligência e capacidade emocional de adolescentes
cristãos se envolverem prazerosamente com temas confessionais, que
para alguns, são aparentemente difíceis, áridos e\ou distantes de
suas vidas. Eles são capazes de amar a Palavra de Deus e se
motivados corretamente, podem com a força e brilho da juventude ser
parceiros prudentes e obedientes à defesa da fé reformada.
Enfim, nossos
adolescentes não podem ser apenas consumidores cristãos que
caminham apenas com Ipads em suas mãos, eles precisam e são capazes
de caminhar com a história da redenção em suas mentes e corações.
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1
O Pr. Emerson de Arruda, pastoreia a Igreja Presbiteriana de Jaciara
(MT). É Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano José
Manoel da Conceição. É Especialista em Psicopedagogia Clínica e
Institucional (FAMA). Licenciado em Filosofia (FAMA e Centro
Universitário Clareteano). Mestre em Educação pela UFMT.
Doutorando em Ministérios pelo CPAJ.
2
O Pr. Emerson refere-se ao Módulo realizado no Centro de
Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ - Mackenzie), ocorrido nos dias
26 – 30 de agosto de 2013, sob a Orientação dos Prof. Dr. Emílio
Garofalo e Prof. Tarcízio Carvalho.
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