quinta-feira, 18 de novembro de 2010

OS HOMOSSEXUAIS, O CRISTIANISMO E O MACKENZIE

por Alan Rennê

“Não pode haver dúvidas de que o cristianismo representa o maior obstáculo à normalização do comportamento homossexual”.[1] Creio firmemente que a afirmação de Al Mohler está correta. Creio também que os homossexuais sabem muito bem disso. É por essa razão que eles voltam, repetidamente, sua artilharia contra os cristãos.

Duas palavras são perversamente usadas pelos militantes do movimento, visando atrair sobre os cristãos a reprovação da sociedade. Eles costumam falar em “tolerância” e “homofobia”. Rotulam os cristãos de serem “intolerantes” e “homofóbicos”. Sabem que tais rótulos odiosos colocam os crentes como os vilões que necessitam ser combatidos incansavelmente.

A última peripécia do movimento, como todos sabem, deu-se em reação a uma carta aberta que, desde 2007 (pasmem!) estava na página da chancelaria da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Interessantemente, só agora eles perceberam isso. Acontece que, a carta, assinada pelo chanceler, Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes, nada mais é do que um manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil, associada vitalícia da Universidade, contra a aprovação do malfadado PLC 122/2006. Não sei como, não consigo entender, mas os militantes conseguiram enxergar no documento o que eles chamam de “manifestação homofóbica”, ou seja, manifestação preconceituosa de ódio e agressão contra os homossexuais. Acontece que, qualquer pessoa sensata ao ler o documento não encontrará nenhuma incitação ao ódio e à violência contra os homossexuais.

Tudo isso faz parte de uma estratégia maquiavélica do movimento LGBT. O Dr. Albert Mohler discorre acerca do empreendimento homossexual. Após falar do Cristianismo como sendo o maior obstáculo diante do movimento, Al Mohler apresenta as táticas sugeridas por Marshall Kirk (pesquisador em neuropsuquiatria) e Hunter Madsen (consultor de relações públicas), que escreveram um livro intitulado After the Ball? How America Will Conquer Its Fear and Hatred of Gays in 90’s (Depois do Baile: Como a América Vencerá seu Medo e Ódio aos Gays nos anos 90):

Concebendo seu livro como “um manifesto gay para a década de 90”, os autores recomendam que os homossexuais se apresentem com outra postura, como cidadãos da cultura predominante que exigem tratamento igualitário, e não como uma minoria sexual promíscua que busca maior oportunidade e influência [...]

Retratar os homossexuais como vítimas era essencial à estratégia deles. Oferecendo diversos princípios para o avanço tático em sua causa, os autores apelaram aos homossexuais que se apresentassem como vítimas da sociedade, e não como revolucionários. Se os heterossexuais vissem os gays como sofredores oprimidos, seriam eventualmente “inclinados por reflexão a adotar o papel de protetores”. Essa estratégia, eles disseram, poderia levar a algo semelhante à “conversão” da mentalidade do povo sobre a questão da homossexualidade. “O propósito do retrato de vítima é fazer os heterossexuais se sentirem incomodados”, os autores explicaram. No devido tempo, os heterossexuais poderiam cansar de sentirem-se opressores e chegar a simpatizar com os gays, sentindo-se até compelidos a ajudá-los a reverter a injustiça que a sociedade lhes infligira [...]

As igrejas conservadoras [são] definidas pelos autores como “igrejas que odeiam os homossexuais”, são retratadas como “estagnadas e antiquadas, terrivelmente fora de harmonia com estes tempos e com as últimas descobertas da psicologia”. Outros princípios oferecidos pelos autores incluem o fazer os gays parecerem bons, por identificarem figuras históricas estratégicas como homossexuais secretos e, por outro lado, por fazer os “vitimadores” parecerem maus aos olhos da sociedade.[2]

Os homossexuais fazem amplo uso da tática aqui delineada (leia-se: DISSIMULAÇÃO!). O estereótipo homossexual vendido pela mídia é o de alguém oprimido, humilhado e marginalizado, cujos direitos mais básicos são negligenciados. Eles se apresentam como vítimas, sendo que, apresentam como sendo os piores algozes, os cristãos. Os pregadores cristãos são apresentados pelos encarregados de vender o “produto homossexual” como “histéricos e incultos, falando absurdos com ódio em um nível que chega a ser cômico e perturbador”.[3] Para reforçar o efeito catastrófico dessa tática, os militantes apresentam imagens comoventes de homossexuais, que parecem decentes, como inofensivos, amáveis e, consequentemente, oprimidos pelos pregadores histéricos. Alhures, Mohler diz o seguinte:

Os defensores do casamento homossexual estão fazendo pressão em favor de seu caso e, mesmo com barreiras políticas e legais administrativas, enquadraram a questão de modo que aqueles que se apegam a um conceito bíblico de casamento são colocados na defensiva, e os defensores das relações entre pessoas do mesmo sexo são retratadas como agentes da liberdade, do progresso e da inevitável evolução cultural.[4]

É exatamente esta imagem distorcida que tem sido apresentada pelos meios de comunicação. O presidente da comissão de direitos humanos da OAB afirmou que o texto do manifesto presbiteriano lembra “tempos da idade média”. Mas, que eu saiba, algo comum na Idade Media era a proibição da livre manifestação de pensamento. Isso sim é postura dos “tempos da idade media”!

Até hoje, não vi sequer UM cristão verdadeiro manifestar ódio em relação aos homossexuais. O contrário é que é verdade. Os homossexuais se superam na manifestação de ódio em relação aos cristãos! Basta observar algumas “manifestações” de militantes homossexuais em redes sociais, como o Twitter e o Facebook. A propósito, o Dr. Augustus Nicodemus teve que excluir sua página no Facebook. Ainda não sei as razões as últimas, mas não duvido que ele tenha sido vítima de bullying! O ponto, é que há uma diferença considerável entre os manifestos. Desafio qualquer um a encontrar uma única sugestão de ódio aos gays no documento assinado pelo Dr. Augustus! Por outro lado, ódio é o que mais existe em twitts e comentários feitos por militantes e simpatizantes!

Tudo, realmente, gira em torno de uma imagem que é vendida pela mídia corrupta! Como atrair o asco do populacho sobre os cristãos? Basta criar um rótulo odioso ou fazer uso de um já existente e aplicá-lo aos cristãos e a todos aqueles que, “protegidos” pela liberdade de expressão e pensamento, discordam do comportamento pecaminoso dessas pessoas. É para isso que serve o rótulo “homofobia”, criado pelo psicólogo George Weinberg, em 1971. A pobreza do argumento homossexual se vê a partir do significado etimológico do termo: “medo do igual”.

Se os homossexuais são pobres vítimas porque a Igreja discorda de suas práticas, não por preconceito, mas por obediência à Bíblia, segue-se, logicamente, que todos aqueles que vivem em adultério também são vítimas da opressão cristã? Por que não criam o termo “moixataifobia”?[5] E quanto àqueles que desfrutam de relações sexuais fora do casamento. Também são pobres vítimas do Cristianismo? O fato, é que como pontua muito bem meu amigo Gaspar de Souza: “é bom que se diga que está se criando no Brasil uma classe incriticável!”[6]

Quanto à “tolerância” reivindicada, afirmo apenas duas coisas: 1) Ela não pode ser de mão única. Aqueles que querem ser tolerados devem estar dispostos a tolerar posições contrárias firmemente embasadas! Mas, eles estão? 2) A tolerância não é uma virtude cega! Salvaguardados os devidos pressupostos, concordo com a afirmação do filósofo francês André Comte-Sponville: “Julgar que há o que seja intolerável é sempre dar prova de intolerância? Ser tolerante é tolerar tudo? A resposta, nos dois casos, é evidentemente não, pelo menos se quisermos que a tolerância seja uma virtude”.[7]

Devemos manter firme a nossa posição! Devemos demonstrar a mesma fibra dos santos do passado! Importa obedecer a Deus!

Ficam aqui o meu apoio e a minha solidariedade ao irmão e colega de ministério, Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mateus 5.10-12).

As dores de parto estão aumentando! Que aumentem! SOLI DEO GLORIA!



[1] Albert Mohler, Jr. Desejo e Engano: O Verdadeiro Preço da Nova Tolerância Sexual. São José dos Campos: Fiel, 2009. p. 88.

[2] Ibid. p. 86, 87, 88. Ênfase acrescentada.

[3] Ibid. p. 89.

[4] Albert Mohler, Jr. O Casamento Homossexual como um Desafio para a Igreja: reflexões bíblicas e culturais. In: John Piper e Justin Taylor (Orgs.). Sexo e a Supremacia de Cristo. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 133. Ênfase acrescentada.

[5] No grego, a palavra utilizada para se referir ao adultério é moixatai.

[7] Andre Comte-Sponville. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 173. Ênfase acrescentada.


Fonte: Cristão Reformado

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