Por Alexander R. Pruss[1]
Considere duas afirmações sobre o Conhecimento de
Deus
1.
Para todo p, se p, então Deus conhece
p
2.
Para todo p, se p, e Deus possivelmente
conhece p, então Deus conhece p.
É um fato
interessante que (2), combinado com duas premissas incontroversas, abrange (1).
Aqui estão mais duas premissas incontroversas.
3.
Necessariamente, o Conhecimento de Deus
é exclusivo por conjunção e implicação tautológica (isto é, se Deus conhece p,
e Deus conhece q, então Deus conhece (p e q), e se Deus conhece p, e p
tautologicamente implica q, então Deus conhece q)
4.
Existe ao menos uma proposição p tal
que possivelmente Deus conhece p e possivelmente Deus conhece não-p.
Obviamente, a proposição p em (4) é
contingente, desde que conhecimento abrange verdade. Aqui está o argumento de que (2) – (4) abrange (1).
Determina qualquer verdade p. por (4), seja q qualquer
porposição de tal forma que, possivelmente, Deus conhece q e possivelmente Deus
conhece não-q. Se q inclui, vamos r=q. Se q não se sustenta, então temos
r=não-q. Observe que r
é verdadeiro.
Observe que possivelmente Deus
conhece não-r (se r=q, então segue-se do fato de que Deus possivelmente conhece
não-p; se r=não-q, então segue-se do fato Deus possivelmente conhece tanto q
quanto (3), desde que q tautologicamente implica não-r). Seja s a proposição (p ou não-p). Então, Deus possivelmente conhece s. Para Deus possivelmente conhecer
não-r, e em qualquer mundo Deus conhecer não-r, Deus também conhece (p ou
não-p) por (3). Então, s é tão verdadeiro
quanto p é verdadeiro. Por conseguinte, se é uma proposição que é verdadeira e
possivelmente conhecida por Deus. Novamente, por (2), Deus conhece s. Ademais,
r é uma proposição verdadeira, e Deus possivelmente conhece r (desde que Deus
possivelmente conhece q e Deus possivelmente conhece não-q). Conclui-se, Deus
conhece r, por (2). Mas s é (p ou não-r). Por (3), segue-se que Deus conhece p,
desde (s e r) tautologicamente implica p
Se alguém tenta
limitar a onisciência por dizer que onisciência apenas significa que Deus
conhece coisas que Deus pode conhecer, ou que Deus apenas conhece coisas que
possivelmente são conhecidas por alguém (que também abrange [2], não se tem
limitada a onisciência de todo: Deus ainda acaba conhecendo todas as proposições
verdadeiras, assumindo [3] e [4]). Existe algum outro modo de limitar a onisciência
não-arbitrariamente? Estou certo que não. Mas, infelizmente, não existe
necessidade para limitar a onisciência. Deus conhece todas as verdades.
Fonte: The Prosblogion
Traduzido por Gaspar de Souza
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