Stephen
C. Perks[1]
Recentemente
fui questionado se seria correto dizer que, na história do mundo, dinastias e civilizações
inteiras de fato naufragaram na rocha da homossexualidade. Minha resposta foi
que não deveríamos pôr as coisas desse modo. Claro, eu creio que a prática
homossexual é imoral e proibida pela Lei de Deus. Todavia, em Romanos 1.21 –
32, Paulo põe dessa forma: deixaram de servir a Deus para servirem à Criatura. Como
uma consequência, Deus entregou-lhes às paixões impuras. Homossexualidade é
julgamento de Deus sobre uma sociedade que abandonou a Deus e adora a criatura
em vez do Criador. A Apostasia espiritual é a rocha na qual as culturas,
incluindo a nossa, foi fundada, e a homossexualidade é o julgamento de Deus
sobre tal apostasia. Esta é a razão porque a homossexualidade era uma prática
comum entre as antigas culturas pagãs; na verdade, é uma prática comum entre a
maioria das culturas pagãs, incluindo a nossa crescente cultura neo-pagã. Em resumo,
a ideia de que a tolerância da homossexualidade é um mal que conduzirá ao
julgamento de Deus não é bíblica, pois coloca o carro na frente dos bois. É
exatamente o contrário! A prevalência da homossexualidade em uma cultura é um
sinal seguro de que Deus já tem executado ou está executando sua Ira sobre a
sociedade por sua apostasia. A causa deste julgamento não é a prática imoral da
homossexualidade (apesar dos atos imorais homossexuais); mas sim, sua apostasia
espiritual. A prevalência da homossexualidade é o efeito, não a causa da
ira de Deus visitando aquela sociedade. E em uma sociedade Cristã (ou talvez devesse
dizer “pós-cristã”), isso significa, inevitavelmente, que a prevalência da
homossexualidade na sociedade é julgamento de Deus sobre a igreja por
sua apostasia, sua infidelidade para com Deus, porque o julgamento de Deus
começa com a Casa de Deus (1Ped. 4.17)
Esta,
decerto, não é uma mensagem popular aos Cristãos. É fácil levantar o dedo para
os pecados e imoralidades grosseiros, mas a igreja está muito menos disposta a
considerar seu papel nos males sociais que maculam nossa era. A apostasia
espiritual que nos levou à presente condição começou na igreja, e grande parte
do fracasso da sociedade moderna, que os Cristãos corretamente lamentam pode,
em alguma medida, ser atribuída a esta apostasia da igreja como a causa fundamental.
E mesmo agora a igreja recusa-se a assumir sua responsabilidade para preservar
a sociedade deste mal tão sério, tendo abdicado de seu papel profético como porta-voz
de Deus para a Nação.
Claro,
isto não quer dizer que não deveríamos desafiar o lobby gay e não trabalharmos
para estabelecer uma moralidade bíblica em nossa sociedade. Nós devemos. Mas,
também devemos escolher as prioridades corretas; e eu temo que a igreja tenha
um diagnóstico equivocado destes problemas e tenha escolhido errado as suas
prioridades. A Igreja sofre com o flagelo homossexual, tanto quando, e talvez
mais, do que qualquer outro setor da sociedade (com exceção da mídia e do mundo
do entretenimento). Para maior parte deste século, a igreja tem procurado um
deus feminino para substituir o Deus da Bíblia. Nós tivemos ministros que
ensinaram, agiram e pregaram como mulheres há muitos anos. O Ministério Pastoral
de nossa geração é, no geral, caracterizado pela feminilização. O crescente
número de homossexuais no ministério é, penso, simultaneamente uma causa e
efeito relacionados a isto e, ao mesmo tempo, uma manifestação do julgamento de
Deus sobre a igreja. Muitas vezes, é claro, o julgamento funciona numa relação de
causa e efeito, porque toda criação é obra de Deus; portanto, ela funcionada de
acordo com Seu plano e vontade. A igreja tem se tornado completamente efeminada
por causa de um clero efeminado. O Ministério hoje é dirigido primariamente por
mulheres, e ministros têm começado a pensar e agir como mulheres, porque o
Cristianismo tem se tornado naquilo que é chamado de “religião salva-vidas” –
mulheres e crianças primeiros. E o mundo vê isso bem adequadamente.
Por
exemplo, foi-me dito em mais de uma ocasião por pastores e presbíteros que,
quando eles visitam os membros de suas igrejas, se porventura o homem da casa
vem recebê-los à porta, frequentemente a primeira coisa que este homem diz é:
vou buscar a esposa. Pastores e Presbíteros estão ali para mimar as mulheres e
as crianças; ou então, como pensa o mundo, isto é simplesmente porque o ministério
na igreja é frequentemente dirigido principalmente às mulheres e crianças, e
não aos homens. Tenho observado o mesmo tipo de coisa em reuniões das igrejas.
Se alguém levanta uma questão doutrinária ou mesmo assuntos sérios sobre a
missão da igreja, o interesse é quase nulo. No entanto, frequentemente tem havido,
e continua havendo, enormes problemas doutrinários e problemas relacionados ao
entendimento da igreja de sua missão no mundo, incomodando essas igrejas;
apesar disso, estas igrejas nem mesmo consideraram que isso merece discussões
nas reuniões de liderança da igreja. Os líderes da Igreja falarão de maneira
interminável sobre “relacionamentos” e afins, mas evitarão questões
doutrinárias [como evitam] a praga porque estes assuntos são considerados
causas de divisão e que dificultam os “relacionamentos”.
Agora,
no fundo eu creio que isto é um sério problema criado pela feminização da
liderança da igreja. A agenda da liderança, que é uma agenda masculina, foi
substituída por uma agenda feminina, que é um desastre para liderança. A igreja
tem abandonado o Deus das Escrituras pelo conforto de uma divindade do tipo
feminino que não requer líderes eclesiásticos que exponham doutrinas bíblicas
ou ajam com convicção de acordo coma Palavra de Deus (ambos são percebidos,
muitas vezes com razão, como causador de divisão – Mat. 10. 34ss); mas, em vez
disso, exige líderes simplesmente para mãe de suas congregações de uma forma
feminina. Isso, naturalmente, produz ministros efeminados e uma igreja
efeminada. Mas, isto não é simplesmente uma causa e efeito impessoal
relacionadas. Deus age através de causas secundárias em sua Criação para
executar sua vontade. Um ministério efeminado e uma igreja efeminada são a
resposta de Deus para a determinação de a igreja substituir o Deus da Escritura
por um deus do sexo feminino; e esta cruzada contra o Deus da Bíblia tem sido
em sua própria maneira, uma característica do evangelicalismo, como abertamente
tem sido a característica do liberalismo que os evangélicos dizem abominar, mas
ainda assim, estão dispostos a imitar.
Este
não é um problema apenas agora na igreja, mas porque está na igreja, a
sociedade em geral é agora feminizada e efeminada. Somos governados por
mulheres e homens que pensam e agem como mulheres. Mas, as mulheres não fazem
bons governos em geral. Em Margaret Thatcher tivemos uma situação inversa: uma
mulher que pensava mais como um homem deve pensar, mas a exceção não anula a
regra. Eu não estou discutindo um ponto político aqui, nem endossando qualquer
posição [política]; até porque eu acredito que isto tudo é parte da situação em
julgamento. O mundo está de cabeça para baixo, porque os homens viraram de
cabeça para baixo por sua rebelião contra Deus. Jean-Marc Berthoud frisou bem
este ponto em seu artigo "Humanism: Trust in Man – Ruin of the Nations”, o
qual eu recomendo em relação a este tópico. Agora somos governados por mulheres e crianças (Is. 3.4, 12)
Mas,
a Liderança não é feminina. Líderes Efeminados não governam bem, seja o Estado,
seja a Igreja. É vital que a Justiça seja temperada com Misericórdia. Mas
alguém não pode temperar a Misericórdia com a Justiça. Quando a misericórdia é
colocada antes da justiça, as sociedades sofrem colapsos nas situações idiotas
que temos hoje, onde os criminosos são libertos e as pessoas inocentes são
condenadas. Por exemplo, as punições infligidas aos motoristas por
inadvertidamente dirigirem um pouco acima do limite da velocidade hoje, mesmo
onde não há perigo envolvido, são muitas vezes mais graves do que os castigos
infligidos aos ladrões. E hoje um pai pode ser punido por bater em um filho
travesso – mesmo que tal castigo seja realizado num ambiente de amor e
disciplina e não haja perigo para criança – mas ainda assim, alguém pode, com
impunidade, assassinar os filhos ainda não nascidos. O Estado ainda paga por
esses abortos, fornecendo-lhes o Sistema Único de Saúde.
Creio
que isto é o resultado final da feminização de nossa cultura. Pensa-se,
frequentemente, que a liderança feminina é mais compassiva, mais carinhosa.
Isto é um mito que a ideologia feminista tem trabalhado nas percepções
populares da realidade em nossa cultura. Pelo contrário, a cultura feminista é
uma cultura violenta, uma cultura que produz o aborto e ao mesmo tempo exige
que se extinga as coisas tipicamente masculinas. Uma situação mais perversa é
difícil de se imaginar. Em última análise, o feminismo é, na prática,
inerentemente violento, intrinsecamente instável, intrinsecamente perverso,
inerentemente injusto, porque ele é todas essas coisas em princípio, a saber, a
rejeição da ordem criada por Deus; e as consequências de um compromisso
religioso sempre se desenvolverão na prática. O Feminismo está, agora,
desenvolvendo as consequências práticas de sua visão religiosa da sociedade (e
isto é sua religião)
As
Igrejas têm falhado em ver isso. Elas têm abraçado o feminismo vigorosamente, e
como consequência, se tornaram uma importante avenida pela qual o Feminismo tem
sido capaz de influenciar nossa cultura. O Clero estava envolvido na
feminização da fé e da igreja bem antes do Movimento Feminista tivesse se
tornado consciente na percepção popular. E a feminização de nossa cultura é um
dos principais motivos para sua anarquia e violência. Por exemplo, o resultado
da feminização da sociedade tem sido a de que os homens perderam o seu papel em
muitos aspectos. O feminismo tem definido homens em nada mais do que briguentos
ou efeminados. Na perspectiva feminista, estas são as duas alternativas para os
Homens, embora isso não possa ser entendido por muitas feministas; talvez
normalmente não seja, porque o Feminismo é ingênuo e não opera com base na
razão, mas na emoção; e estas coisas trazem-nos novamente ao problema da liderança
e governos femininos. Emoções não lideram ou governam bem. Para as Feministas,
os homens são governantes incapazes; as mulheres devem governar.
Agora
nós temos o governo de mulheres e homens efeminados. O efeito de colocar as
virtudes femininas no lugar das virtudes masculinas, e as virtudes masculinas
no lugar das virtudes femininas tem sido a de subverter a ordem criada. Como resultado,
a justiça é desprezada e a misericórdia é transformada e colocada em seu lugar.
A Liderança é masculina, mas é preciso temperá-la com as virtudes feministas. Quando
as virtudes feministas estão na liderança, as virtudes masculinas não podem
funcionar; a masculinidade é feita desnecessária. Isto é um dos problemas mais
sérios da nossa sociedade. O Feminismo tornou a liderança masculina na igreja e
da nação obseleta e, agora, estamos colhendo as consequências espirituais e
sociais disto. A Justiça é uma vítima! A misericórdia cessa de ser misericórdia
e torna-se indulgência dos piores vícios. Violência, anarquia, desordem e uma
sociedade disfuncional são o legado da Feminização de nossa Sociedade, porque
neste sentido, nem as virtudes masculinas, nem as femininas podem desempenhar
apropriadamente seu papel. O mundo é posto de ponta cabeça. Até mesmo as
igrejas “crentes na Bíblia” são anestesiadas na sua apostasia em relação a este
e muitos outros assuntos em nossa sociedade. Temos uma igreja efeminada, e uma
sociedade efeminada e, portanto, a resposta de Deus tem sido um ministério cada
vez mais homossexual e uma crescente sociedade homossexual. Este é o justo
julgamento de Deus sobre nossa apostasia espiritual.
A
resposta é o arrependimento, voltar-se para Deus e abandonar nosso caminho de
rebelião contra a ordem divina da Criação. A igreja deve começar isto. O julgamento
começa com a igreja (1Ped. 4.17) e o arrependimento também. Eu não creio que
resolveremos o problema homossexual até reconhecermos sua causa. É o julgamento
de Deus sobre a apostasia da Nação. Liderando o caminho para esta apostasia estava a igreja.
O
que tenho dito acima não significa minimizar a seriedade do problema
homossexual, nem sua imoralidade. Mas devemos reconhecer isto como uma
manifestação do julgamento de Deus, como Paulo tão claramente ensina em Romanos,
capítulo um. A resposta está em combater as causas, enquanto não deixamos de
fazer as outras coisas. O que eu disse aqui não significa promover uma diminuição
da oposição cristã aos direitos homossexuais por qualquer meio; mas significa
encorajar a uma maior leitura do problema, porque é nesta vasta leitura do
problema que detectamos a causa e esperamos a solução para o problema.
Além
disso, este assunto não um assunto isolado. É parte inseparável da re-paganização
de nossa sociedade, uma tendência de que a igreja, em grande medida, não apenas
tem tolerado, mas por vezes, estimulado, por sua percepção míope de fé e sua negação
prática de sua relevância para toda a vida do homem, incluindo seus
relacionamentos e responsabilidades. Enquanto a crítica é necessária e vital na
tarefa profética da igreja de levar a Palavra de Deus para influenciar nossa
sociedade, ela não é o bastante. Em vez disso, a igreja também deve jogar fora
o seu próprio consentimento na prática do humanismo secular e praticar o pacto
da vida da comunidade redimida no momento que ela tenha qualquer efeito sobre
nossa cultura. Portanto, o julgamento continuará ininterruptamente até a igreja
mais uma vez começar a viver para fora, bem como falando a palavra de vida para
sociedade em sua volta. Somente então quando ela começar a manifestar o reino de
Deus; e apenas quando a igreja começar a manifestar o reino de Deus novamente,
nossa sociedade começará a ser liberta do julgamento de Deus.
Um comentário:
Excelente texto. O título é desconcertante e provocativo. Deixe-me então levantar uma questão que é um tabu dentro da IPB. Já vi muito, já soube de muitos, mas nunca vi ninguém falar abertamente sobre o assunto. Seguinte:
Existem muitos líderes (principalmente de sociedades, notadamente da mocidade) que são afeminados. Não são homossexuais, pelo menos quanto à prática (assim creio), mas são afeminados. Houve tempo que a liderança (de certa jurisdição) da mocidade era composta de alguns "irmãos afeminados".
Claro que o tema do post é muitíssimo mais abrangente e profundo. Mas, aproveito a deixa...
Em sua visão, qual o procedimento a ser adotado nesses casos?
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