quinta-feira, 29 de julho de 2010
LULA, MST E GUERRILHA
terça-feira, 27 de julho de 2010
As fraudes NA Ciência
Maioria dos cientistas já testemunhou abuso ético
A maioria dos cientistas já testemunhou ou se envolveu em casos de infração científica como falsificação de dados ou plágio. É isso que revela um estudo inédito conduzido pelo Simmons College, dos Estados Unidos.
De um total de 2.599 cientistas americanos e canadenses com pesquisas financiadas pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), 84% disseram já ter presenciado ou participado de infrações científicas.
Dentre os cientistas que participaram direta ou indiretamente de um trabalho com dados fraudulentos, 63% disseram ter tentado intervir para evitar o abuso.
As informações, coletadas por meio de um questionário enviado por e-mail aos cientistas, respondido anonimamente, estão na edição desta quinta-feira (22) da revista "Nature".
DE CIMA PRA BAIXO
"Na maioria dos casos relatados, as infrações de dados foram conduzidas por um chefe [orientador ou coordenador de pesquisa]. Isso torna difícil uma intervenção por parte dos pesquisadores", disse à Folha Gerald Koocher, um dos coordenadores da pesquisa.
Ele explica que as intervenções são mais fáceis para cientistas distantes do infrator do que para quem está no mesmo laboratório.
"Em 61 casos, não houve intervenção diante de um erro porque o cientista era um amigo", conta Koocher.
No topo da lista de infrações cometidas pelos cientistas, estão fabricação ou falsificação de dados, falsa co-autoria de artigo e plágio.
SOLUÇÕES
Segundo Koocher, as estatísticas encontradas nos EUA podem ser generalizadas para Brasil, Austrália e alguns países da Europa que, na opinião dele, possuem uma "cultura científica bastante semelhante".
Com base na pesquisa, os autores criaram uma espécie de guia de 60 páginas que traz sugestões para os cientistas saberem o que fazer diante de uma pesquisa com dados fraudulentos (www.ethicsresearch.com).
"Mas o guia não faz rodeios e reconhece que nem sempre os pesquisadores conseguirão tomar uma atitude diante de um erro científico", revela o autor.
A ideia de estudar infrações científicas foi do governo americano, para tentar mapear erros em dados científicos. "Sabemos que os pesquisadores, especialmente nos grandes estudos, podem não checar números e não repetem os estudos", conta.
Ainda podemos confiar na ciência? Koocher acredita que sim. "A maioria dos cientistas é honesta. Nós temos dados positivos e precisamos descobrir como fazer para melhorar a integridade dos cientistas", finaliza.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo via CACP
sábado, 24 de julho de 2010
POR QUE DEUS NÃO CURA AMPUTADOS?
Então, recebi em minha lista de e-mail o texto abaixo, escrito por uma mãe cristã cujo filho teve os pés amputados. Resolvi traduzi-los e postá-lo aqui no bloguinho. Creio que vale a pena ver como os argumentos incrédulos são demolidos em seus fundamentos, em seus pressupostos.
Os incrédulos vão aceitar os argumentos? Se eles vissem um amputado ser curado, será que eles acreditariam? Decerto que não, pois se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum amputado fosse curado diante de seus olhos (Cf. Luc 16.31). O problema não está em um amputado ser ou não curado para que o incrédulo acreditasse em Deus. O problema encontra-se no "compromisso com a premissa assumida de que Deus não existe". Apenas isso.
Um abraço a todos e excelente final de semana.
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Pergunta: “Por que Deus não cura amputados?”
Resposta: Algumas pessoas usam esta pergunta na tentative de “desprovar’ a existência de Deus. De fato, existe um website popular e anti-cristão dedicado ao argumento “por que Deus não cura amputados?”: http://www.whywontgodhealamputees.com. Se Deus é todo-poderosos e se Jesus prometeu fazer todas as coisas que pedimos, então por que Deus nunca cura amputados quando nós oramos por eles? Por que Deus cura vítimas de câncer e diabetes, por exemplo, mas ainda assim ele não faz com que o membro amputado seja regenerado? O fato que um amputado permanece amputado é “prova” para alguns de que Deus não existe, que a oração é inútil e que as tão-chamadas curas são coincidência e que a religião é um mito.
O argumento acima, geralmente, é apresentado de uma maneira pensativa, bem fundamentada com uma pitada liberal das Escrituras, para fazê-lo parecer mais legítimo. No entanto, é um argumento baseado em uma visão errada de Deus e uma deturpação das Escrituras. A linha de raciocínio empregada no argumento “por que Deus não cura amputados” supõe, pelo menos, sete premissas falsas:
Premissa 1: Deus nunca curou um amputado. Quem disse que na história do mundo, Deus nunca causou a regeneração de um membro? Dizer “eu não tenho evidência empírica de que membros possam ser regenerados; portanto, nenhum amputado jamais foi curado na história do mundo” é o mesmo que dizer “eu não tenho nenhuma evidência de que os coelhos vivem em meu quintal; portanto, nenhum coelho jamais viveu sobre neste quintal na história do mundo”. É uma conclusão que simplesmente não pode ser formada. Além disso, temos registros históricos de que Jesus curou leprosos, alguns de quem podemos presumir que tiveram perdidos dedos ou características faciais. Em cada caso, os leprosos eram completamente restaurados (Mc 1. 40 – 42; Lc 17. 12 – 14). Além disso, há o caso do homem com a mão atrofiada (Mat 12.9 – 13); e a restauração da orelha decepada de Malco (Lc 22. 50, 51); para não mencionar o fato de que Jesus ressuscitou os mortos (Mt 11.5; Jo 11), o que seria inegavelmente mais difícil que curar um amputado.
Premissa 2: a bondade e o amor de Deus requerem Dele a cura de todos. Doenças, sofrimento e dores são resultados de nosso viver em um mundo amaldiçoado – amaldiçoado por causa de nossos pecados (Gen 3. 16 – 19; Rom 8. 20 – 22). A bondade e o amor de Deus o levou a nos dar um Salvador para nos redimir da maldição (1 Jo 4. 9, 10), mas nossa redenção final não será realizada até que Deus tenha dado um ponto final no pecado no mundo. Até aquele tempo, nós estaremos sujeitos à morte física.
Se o amor de Deus requer que Ele cure todas as doenças e enfermidades, então ninguém morreria – porque o “amor” manteria todos em perfeita saúde. A definição bíblica de amor é “um sacrifício que busca o que é melhor para o ser amado”. O que é melhor para nós não é sempre a integridade de nossa saúde física. O Apóstolo Paulo orou para ter o seu “espinho da carne” removido, mas Deus disse-lhe “não” por que Ele queria que Paulo entendesse que não precisaria ser plenamente saudável para experimentar a graça sustentadora de Deus. Através desta experiência, Paulo cresceu em humildade e no entendimento da misericórdia e poder de Deus (2 Co 12.7 – 10)
O testemunho de Joni Eareckson Tada fornece um exemplo moderno do que Deus pode fazer por meio da tragédia física. Quando adolescente, Joni sofreu uma acidente de mergulho que a deixou tetraplégica. Em seu livro Joni, ela relata como, muitas vezes, ela foi visitada por “curadores da fé” e oravam desesperadamente pela saúde que nunca chegava. Finalmente, ela aceitou sua condição como vontade de Deus, e ela escreveu: “quanto mais eu penso nisso, mais eu estou convencida de que Deus não quer todo mundo saudável. Ele usa nossos problemas para Sua glória e nosso bem”(p. 190)
Premissa 3: Deus ainda realize milagres hoje, assim como ele fez no passado. Nos milhares de anos de história coberta pela Bíblia, nós encontramos quatro períodos curtos nos quais os milagres foram amplamente executados (o período do Êxodo; o período dos Profetas Elias e Eliseu; o Ministério de Jesus; e o período dos Apóstolos). Ainda que os milagres ocorressem através da Bíblia, foi apenas durante estes quatro períodos que os milagres eram “comuns”
O período dos Apóstolos terminou com o escrito do Apocalipse e a morte de João. Isto significa que agora, uma vez mais, os milagres são raros. Qualquer ministério que reivindique ser conduzido por uma nova geração de apóstolos ou reivindique possuir a capacidade de curar, está enganando as pessoas. Os “Curandeiros” apostam na emoção e usam o poder da sugestão para produzir “curas” inverificáveis. Isto não quer dizer que Deus não cure pessoas hoje – cremos que Ele o faça – mas não em números ou modos que algumas pessoas declaram.
Voltemo-nos, novamente, para a história de Joni Eareckson Tada, que naquele tempo procurou ajuda dos “pais da fé”. Sobre o tema dos milagres nos dias de hoje, ela disse: “o relacionamento do homem com Deus em nossos dias e cultura é baseada em Sua Palavra em vez de ‘sinais e maravilhas’”(op. cit. 190). Sua graça é suficiente e sua Palavra é certa.
Premissa 4: Deus é obrigado a dizer ‘sim’ para qualquer oração oferecida da fé. Jesus disse: “Eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”(João 14. 12 – 14). Alguns tentaram interpretar esta passagem como uma carata branca da parte de Jesus prometendo a Sua anuência com tudo o que pedimos. Mas isto é má interpretação da intenção de Jesus. Observe, em primeiro lugar, que Jesus está falando para seus Apóstolos e a promessa é para eles. Depois da ascensão de Jesus, aos Apóstolos foi dado poder para realizar milagres como pregar o evangelho (At 5. 12). Em segundo lugar, Jesus usa a frase “em meu nome” duas vezes. Isto indica a base para a oração dos Apóstolos, mas também implica que tudo o que oravam deveria estar em concordância com a vontade de Jesus. Uma oração egoísta, por exemplo, ou uma oração motivada por ganância, não pode ser dita que foi orada em nome de Jesus.
Nós oramos em fé, mas fé significa que nós confiamos em Deus. Nós confiamos Nele para fazer o que é melhor e Ele sabe o que é melhor. Quando consideramos todo o ensinamento da Bíblia sobre oração (não apenas a promessa dada aos Apóstolos), aprendemos que Deus pode exercitar Seu poder em resposta a nossa oração, ou Ele pode surpreender com um curso de ação diferente. Em Sua sabedoria, Ele sempre faz o que é melhor (Rom 8.28).
Premissa 5: a cura futura de Deus (na ressurreição) não pode compensar o sofrimento terreno. A verdade é que “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”(Rom 8. 18). Quando um crente perde um membro, ele tem a promessa de Deus de uma plenitude futura e a “fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”(Heb 11.4)(sic). Jesus disse: “melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno(Mat 18.8). Suas palavras confirmam a relativa falta de importância de nossa condição física neste mundo, quando comparada com nosso estado eterno. Entrar aleijado na vida eterna (e então ser completamente curado) é infinitamente melhor do que entrar inteiro no inferno (para sofrer a eternidade)
Premissa 6: O Plano de Deus está sujeito à aprovação do homem. Uma das alegações do argumento “por que Deus não cura amputados” é que Deus simplesmente não “honra” os amputados. No entanto, a Escritura deixa claro que Deus é perfeitamente justo (Sal 11.7; 2 Tes 1. 5, 6) e em Sua soberania não presta contas a ninguém (Rom 9. 20, 21). Um crente tem fé na bondade de Deus mesmo quando as circunstâncias tornam difícil e a razão parece hesitar.
Premissa 7: Deus não existe. Esta é a pressuposição subjacente a que todo o argumento “por que Deus não cura amputados” é fundamentada. Aqueles que defendem o “por que Deus não cura amputados” começam com a pressuposição de que Deus não existe e, então, avançam para reforçar suas ideias da melhor maneira possível. Para eles, “religião é um mito” é uma conclusão apressada, apresentada como uma dedução lógica, mas que é, na realidade, fundamental para o argumento.
Em certo sentido, a questão do por que Deus não cura amputado é uma questão do tipo “pegadinha”, comparável a “Deus pode fazer uma pedra tão grande que ele não possa levantar?” e não se destina a buscar a verdade, mas desacreditar a fé. Em outro sentido, pode ser uma pergunta válida com uma resposta bíblica. Essa resposta, em suma, deveria ser alguma coisa do tipo: “Deus pode curar amputados e curará todos deles que confiam em Cristo Jesus como salvador. A cura virá, não como resultado de nossas exigências agora, mas no tempo próprio de Deus, possivelmente nesta vida, mas definitivamente no paraíso. Até aquele tempo, nós caminharemos por fé, confiando no Deus que nos redimiu em Cristo e nos prometeu a ressurreição do corpo”.
Um testemunho pessoal:
Nosso primeiro filho nasceu faltando ossos nas pernas e nos pés. Seus pés tinham apenas dois dedos. Dois dias depois de seu primeiro aniversário, ele teve os pés amputados. Estamos pensando em adotar uma criança chinesa que teve problemas semelhantes e precisou de cirurgia. Sinto que Deus escolheu-me para ser uma mãe muito especial para estas crianças especiais, e eu não tinha ideia até ver o tópico sobre por que Deus não curar amputados, que as pessoas usaram isso como uma razão para duvidar da existência de Deus. Como mãe de uma criança que não tem os pés e uma mãe em potencial de outra criança que também em estado semelhante, eu nunca vi por aquela perspectiva. Pelo contrário, tenho viso Deus me chamando para ser uma mãe especial para ensinar outros sobre as bênçãos de Deus. Ele também tem me chamado para dar a estas crianças a oportunidade de serem inseridas em uma família cristã que vai ensiná-las as amar ao Senhor de um modo especial e entender que podemos suportar todas as coisas por meio de Cristo Jesus. Alguns podem achar que isto seja um obstáculo; nós achamos que seja uma experiência de aprendizado e desafio; nós agradecemos a Deus por Ele nos dar a algumas pessoas o conhecimento para realizar o necessário e fazer próteses que permitam o meu filho e, esperançosamente o próximo filho, a serem capazes de andar, correr, pular e viver para glorificar a Deus em todas as coisas. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”(Rom 8.28)
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Os ratos dão razão a Kant
Você sabe exatamente onde está ? provavelmente sentado, lendo jornal. Uma das funções importantes do nosso cérebro é coletar as informações originadas nos órgãos dos sentidos, como visão e tato, processar essa informação e nos manter informados sobre nossa localização.
Apesar de o sistema de localização utilizado pelo cérebro ser muito estudado, havia uma polêmica entre os cientistas. Alguns acreditavam que esse sistema era resultado do aprendizado, sendo desenvolvido durante a infância. Isso sugeria que o cérebro de um recém-nascido se assemelha a uma página em branco, que é preenchida ao longo do desenvolvimento ? uma ideia associada ao pensamento de Descartes. Outros acreditavam que nascemos com um cérebro capaz de determinar nossa localização no espaço ? uma ideia associada a Kant, que acreditava que a noção de espaço e tempo é uma pré-condição para o aprendizado. A novidade é que estudos com ratos recém-nascidos demonstram que, ao abrirem os olhos, eles já possuem o aparato cerebral capaz de localizá-los no espaço.
Dificilmente encontraremos um rato em uma cadeira lendo jornal, mas foi no cérebro desse animal que o sistema de localização foi mais estudado. O rato utiliza a informação espacial para se orientar quando procura alimentos, parceiros sexuais ou quando volta para o ninho.
Há muitos anos foi descoberto que existem diversos tipos de neurônios envolvidos no processamento de informações espaciais. Esses neurônios foram descobertos quando cientistas implantaram minúsculos eletrodos no cérebro de ratos. Esses eletrodos são capazes de detectar a atividade de cada neurônio e enviar essa informação a um computador. Quando os ratos monitorados foram soltos em suas gaiolas e a atividade dos neurônios foi monitorada, os cientistas descobriram que existem diversas classes de neurônios.
Uma das classes, a dos neurônios "localizadores", dispara sinais elétricos quando o rato passa em um determinado local da gaiola. Para cada local da gaiola foi possível detectar vários desses neurônios. Existem neurônios para o canto esquerdo, o canto direito e assim por diante. Toda vez que o rato passa por esse local, independentemente de onde ele vinha ou para onde ia, esses neurônios disparam.
Um segundo tipo de neurônio, chamado de "direcional", dispara sempre que o rato está orientado em uma direção. Assim, por exemplo, um neurônio "direcional norte" dispara sempre que o corpo do rato está orientado em direção ao norte, independentemente de onde ele está na gaiola. Um neurônio "direcional sul" dispara quando o nariz do rato está apontado para o sul e assim por diante.
Habilidade inata. No novo experimento, os cientistas, usando técnicas de microcirurgia, foram capazes de implantar os eletrodos em dezenas de ratos recém-nascidos, que nunca haviam saído do ninho ou sequer aberto os olhos.
Os ratos foram colocados de volta no ninho e, dias depois, assim que saíram pela primeira vez para passear pela gaiola, seus neurônios já estavam sendo monitorados. A descoberta é que nesses ratos foi possível detectar a existência de neurônios "localizadores" e neurônios "direcionais" com características idênticas às existentes nos ratos adultos.
O fato de esses neurônios existirem antes de haver qualquer aprendizado sobre o ambiente sugere que os ratos nascem com a capacidade de se localizar. Portanto, ela deve estar codificada diretamente no seu genoma não dependendo do aprendizado. É mais uma demonstração de que nascemos com o cérebro parcialmente pré-configurado. Se Kant estivesse vivo, provavelmente ficaria feliz com essa descoberta.
Fonte: Estadão Online
terça-feira, 6 de julho de 2010
Computador decifra idioma extinto que desafiava linguistas
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, tentam mostrar que Robinson estava errado.
Em estudo que será apresentado esta semana na reunião anual da Associação para Linguística Computacional, em Uppsala, na Suécia, o grupo mostrará um novo programa de computador que foi capaz de decifrar grande parte do extinto idioma ugarítico, descoberto a partir de escritos encontrados na cidade perdida de Ugarit, na Síria, cujas ruínas foram achadas em 1928.
O ugarítico era uma língua semítica escrita em alfabeto cuneiforme com 27 consoantes e três vogais. Os escritos encontrados foram importantes para estudiosos do Velho Testamento, por auxiliar a esclarecer textos hebraicos e revelar como o judaísmo utilizava frases comuns, expressões literárias e frases empregadas pelas culturas gentis que o cercavam.
O sistema, além de ajudar a decifrar línguas antigas que continuam resistindo aos esforços de especialistas, poderá expandir o número de idiomas que sistemas automatizados de tradução, como o Google Tradutor, são capazes de manejar.
Para simular a intuição que falta aos computadores, Regina Barzilay, do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação do MIT, e colegas fizeram várias proposições. A primeira é que a língua a ser decifrada pelo computador estaria próxima de outra. Para isso, foi escolhido o hebraico.
Outra afirmativa é que haveria um modo sistemático de mapear o alfabeto de uma língua com relação ao alfabeto de outra, e que os símbolos relacionados deveriam ocorrer com frequências semelhantes nos dois idiomas.
O sistema também fez asserções no nível semântico, no sentido de que as línguas relacionadas teriam pelo menos alguns cognatos, isto é, palavras com raízes comuns.
Por meio de um modelo probabilístico usado em pesquisas em inteligência artificial, os pesquisadores determinaram nos mapeamentos os radicais semelhantes e conjuntos de sufixos e prefixos consistentes, entre outras relações entre palavras das duas línguas.
O ugarítico já havia sido decifrado. Se não tivesse sido, os autores do estudo não teriam como avaliar a performance do sistema que desenvolveram.
“O sistema repetiu as análises dos dados resultantes centenas de vezes. E, a cada vez, os acertos eram mais frequentes, pois estávamos chegando mais perto de uma solução consistente. Finalmente, chegamos a um ponto no qual a alteração do mapeamento das similaridades não aumentava mais a consistência dos resultados”, disse outro autor do estudo, Ben Snyder, também do MIT.
Das 30 letras do alfabeto extinto, o sistema foi capaz de mapear corretamente 29 com seus correspondentes em hebraico. Cerca de um terço das palavras em ugarítico tem cognato em hebraico e, desse total, o sistema identificou corretamente 60%.
“Das palavras identificadas incorretamente, na maior parte das vezes o erro foi por apenas uma palavra. Ou seja, o sistema deu palpites bem razoáveis”, disse Snyder.
Fonte: Estadão Online